Aviso aos navegantes

Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

31 de maio de 2011

Quebrando o Tabu


Spray Filmes, STart e Cultura e Luciano Huck apresentam:
"Quebrando o Tabu" - Um filme em busca de soluções para o fracasso da guerra às drogas.
Dirigido por Fernando Grostein Andrade
Com Fernando Henrique Cardoso, Bill Clinton, Jimmy Carter, Paulo Coelho, Drauzio Varella
Produzido por: Fernando Menocci, Silvana Tinelli e Luciano Huck

Em breve nos cinemas: Dia 3 de junho de 2011.

Platão - Breve Vida e Obra

Rousseau - Breve Vida e Obra

Sócrates - Breve Vida e Obra

Anseio Universal de Libertação

Vai pela humanidade dos nossos dias um anseio universal de libertação. Essa ânsia redentora é provocada por uma consciência profunda de irrendenção. Parece que a função peculiar da inteligência é fazer sentir ao homem que nenhum conforto material, por mais refinado e potencializado, pode libertar o homem desse doloroso senso de inquietude e insatisfação que caracteriza, sobretudo, o cidadão da Era Atômica. Quanto mais o homem se afasta, pelo poder da inteligência, do seu centro humano, invadindo os espaços externos, tanto mais sente  ele, consciente ou inconscientemente, a necessidade de voltar a si mesmo, pela conquista do espaço interno, pelo descobrimento do seu verdadeiro Eu. O progressivo centrifuguismo produzido pelo ego intelectual exige um correspondente centripetismo, que só o Eu espiritual pode realizar. Quanto mais liberto o homem se julga pelo conforto material, que a ciência proporciona, tanto mais escravizado se sente pela falta de consciência de seu verdadeiro destino. E essa consciência de irredenção desperta na alma humana um crescente anseio de redenção. 

A fim de diminuir essa consciência de vácuo e insatisfação, procura o homem profano toda espécie de satisfações — mas... satisfações não dão satisfação. Bens de fortuna, prazeres sensuais, poder político, ciencia, arte, diversão social — pode tudo isto atuar como lenitivo temporário, narcótico e anestésico artificial, mas a raiz do mal continua, por mais que os sintomas da doença sejam camuflados, de tempos a tempos.

Por isto, os mais sensatos dentre nós procuram ir além desse charlatanismo barato de cura de sintomas mórbidos e tentam sanar o mal pela raiz. O globo está coberto de sociedades iniciáticas, místicas, esotéricas, espiritualistas, que prometem a seus adeptos definitiva quietação metafísica e plena integração do individuo nos mistérios do Cosmos. As classes mais simples e os crentes unilaterais, por outro lado, se contentam com a prática de cerimônias rituais e sacramentais, sob a direção de seus respectivos chefes.

O homem da Era Atômica que passou por duas guerras de extermínio não pode mais crer na força redentora da nossa cultura e civilização, como muitos otimistas do século 19 ainda acreditavam. O homem de hoje perdeu a fé na ciência e técnica como fatores de libertação.

Ciência, técnica, política, progresso, civilização, humanismo, ritualismo, nacionalismo, e outras pretensas panacéias de antanho, sofreram tremendo colapso; está provado que nada disto nos pode libertar, porque tudo isto falhou e afogou a humanidade num mar de sangue e de ódio.

Nunca se sentiu o homem tão frustrado e céptico de si mesmo como em nossos dias. Não pode o lucifer do nosso ego redimir-nos dos resultados do nosso egoísmo. E a perspectiva de uma nova guerra mundial, com armas nucleares, apaga na alma do homem moderno a derradeira centelha de otimismo e de confiança em si mesmo.

A humanidade anseia pela redenção. Donde vir o redentor?

De fora? Através de dogmas, ritos, teologias? Mas esses provocaram as guerras!

De dentro? Através da inteligência humana? Mas foi precisamente esta que nos desgraçou, criando engenhos bélicos de destruição universal.

Não nos resta senão ultrapassarmos ritualismos e cientifismos e descobrirmos em nós mesmos o "ponto de Arquimedes" em que apoiar a alavanca redentora. Esse fulcro não pode ser nosso ego, mas tem de ser algo mais profundo e sólido.

O homem pensante e sinceramente espiritual se contenta cada vez menos com a magia mental e técnicas rituais. Crê tão pouco em alo-redenção ritual como em ego-redenção mental, mas sabe que há auto-redenção espiritual...
(...)
A humanidade-elite deste século não quer crer de olhos fechados, mas saber de olhos abertos. Os melhores dentre nós são praticamente "inconvertíveis"; não voltarão atrás, esperando libertação por ritos externos, nem confiam na magia mental de certas técnicas científicas. 

E continua a agonia dos irredentos...
(...)
Uma voz íntima lhe diz que nem o nascer nem o morrer o podem redimir, mas que é necessária uma vivência mais profunda e uma experiência mais alta do que estes fatores lhe possam garantir. Numa intensa vivência experiencial estaria sua redenção - mas como conseguir essa vivência?... Onde está a chave do mistério, fora ou dentro dele?... 
(...)
Auto-redenção não é ego-redenção. O homem é remido por um fator não idêntico a seu ego humano, mas esse elemento redentor não está fora do homem, está dentro dele, é o seu verdadeiro centro, o seu divino Lógos ou Verbo que nele encarnou e nele habita, embora em estado ainda latente. Despertar em si essa vida divina dormente - isto é redenção, salvação, auto-realização. 

O ego é um objeto que o homem tem - o Eu é o próprio sujeito que o homem é. O que eu sou isto me redime daquilo que eu tenho...

Huberto Rohden

E Não Sobrou Ninguém

Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me,
porque, afinal, eu não era comunista.
Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me,
porque, afinal, eu não era social-democrata.
Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei,
porque, afinal, eu não era sindicalista.
Quando levaram os judeus, eu não protestei,
porque, afinal, eu não era judeu.
Quando eles me levaram,
não havia mais quem protestasse

Martin Niemöller

Dificuldade de entendimento

É difícil ensinar as coisas neste planeta de macacos, quando se usa palavras em vez de bananas.
Samuel da Costa, escritor

Cortina de fumaça

Os burocratas que constroem as políticas sobre drogas têm usado a proibição como uma cortina de fumaça para evitar encarar os fatores sociais e econômicos que levam as pessoas a usar drogas. A maior parte do uso ilegal e do uso legal de drogas é recreacional. A pobreza e o desespero estão na raiz da maioria do uso problemático da droga, e somente dirigindo-se a estas causas fundamentais é que poderemos esperar diminuir significativamente o número de usuários problemáticos. (Comandante John Grieve, da Unidade de Inteligência Criminal, Scotland Yard)

CORTINA DE FUMAÇA
Sinopse: Cortina de Fumaça coloca em questão a política de drogas vigente no mundo, dando atenção às suas conseqüências político-sociais em países como o Brasil e em particular na cidade do Rio de Janeiro. Através de entrevistas nacionais e internacionais com médicos, pesquisadores, advogados, líderes, policiais e representantes de movimentos civis, o jornalista Rodrigo Mac Niven traz a nova visão do início do século 21 que rompe o silêncio e questiona o discurso proibicionista.

Produtora: J.R Mac Niven Produções

Direção: Rodrigo MacNiven

Lançamento: 2010


Escreva tudo o que passar pela cabeça

Você tem de ficar consciente do seu corpo e do que está fazendo com ele...
Um dia Buda estava em meio a uma das preleções que fazia todas as manhãs quando o rei chegou para ouvi-lo. Ele ficou sentado bem na frente do Buda, mexendo o tempo todo com o dedão do pé. Então o Buda parou de falar e olhou para o dedão do rei. Quando ele olhou para o dedão, o rei obviamente parou de mexê-lo. O Buda então voltou a falar e o rei recomeçou a mexer o dedão. O Buda então perguntou ao rei: — Por que está fazendo isso?

O rei disse: — Só quando você para de falar e olha para o meu dedão do pé é que eu me dou conta do que estou fazendo; se você não olhar, eu não percebo.

O Buda respondeu: — Esse é o seu dedão e você nem se dá conta dele... Quer dizer então que você pode até matar alguém e nem se dar conta disso!
É justamente por isso que as pessoas têm sido assassinadas sem que os assassinos sequer se deem conta disso. Nos tribunais, muitas vezes os acusados negam veementemente que tenham assassinado alguém. No início, o mais comum é que se pense que eles estejam simplesmente mentindo, mas depois descobre-se que não se trata disso; os acusados cometeram o crime numestado de profunda inconsciência.

Estavam tão furiosos, com tanta raiva no momento do crime, que foram tomados por essa fúria. E, quando você está furioso, seu corpo produz toxinas que contaminam o sangue. Quando está encolerizado, você é vítima de uma loucura temporária. E a pessoa acaba se esquecendo totalmente disso, porque estava totalmente inconsciente do que fazia.

E é assim que as pessoas se apaixonam, matam umas às outras, suicidam-se, fazem todo tipo de coisa.

O primeiro passo para ficar consciente é prestar atenção ao próprio corpo. Bem aos poucos, você começa a ficar atento a cada gesto, a cada movimento. E, à medida que fica consciente, um milagre começa a acontecer: muitas coisas que costumava fazer você simplesmente não faz mais. Seu corpo fica mais relaxado, começa a ficar mais sintonizado, uma paz profunda começa a invadir todo o seu corpo, uma música sutil pulsa dentro de você.

Então você começa a se dar conta dos seus pensamentos — o mesmo tem de ser feito com relação a eles. Os pensamentos são mais sutis que o corpo e, evidentemente, mais perigosos também. Quando se der conta dos seus pensamentos, você ficará surpreso com o que se passa dentro de você.

Se tomar nota de tudo o que está passando pela sua cabeça agora, você vai ficar muito surpreso. Não vai nem acreditar — "Estou pensando nisso tudo?". Experimente tomar nota de tudo por dez minutos. Feche as portas, tranque as portas e janelas para que ninguém possa entrar, e então seja absolutamente honesto — e vá acendendo logo o fogo para que possa queimar esse papel! — assim ninguém mais ficará sabendo o que você pensa.

Mas seja bem honesto; escreva tudo o que passar pela cabeça. Não interprete nada, não mude nada, não comece a pôr nada em ordem. Simplesmente coloque os pensamentos no papel da forma como eles vierem, sem mudar uma palavra.

E, depois de dez minutos, leia o que escreveu — você verá que existe uma mente insana aí dentro! Você não se dá conta de toda essa loucura que passa continuamente pela sua mente como uma corrente subterrânea. Essa loucura afeta tudo o que é importante na sua vida. Ela afeta qualquer coisa que você faça; afeta qualquer coisa que deixe de fazer, afeta tudo. E a soma total disso tudo vai ser a sua vida!

Portanto, esse louco precisa mudar. E o milagre da consciência consiste no fato de que você não precisa fazer nada a não ser tomar consciência. O próprio fenômeno de observar esse louco vai fazer com que ele mude. Muito lentamente, esse louco dentro de você desaparece.

Bem devagar, os pensamentos começam a seguir um certo padrão: esse caos deixa de ser um caos e torna-se mais um cosmo. E, então, mais uma vez prevalece uma profunda paz. E, quando o seu corpo e a sua mente estiverem em paz, você verá que eles também entram em sintonia; surge uma ponte. Agora eles não correm mais em direções opostas, não cavalgam cada um no seu cavalo.

Pela primeira vez na vida, existe um acordo, e esse acordo é extremamente útil para que se dê o terceiro passo, ou seja, tomar consciência dos sentimentos, das emoções e dos estados de ânimo. Essa é a camada mais sutil e mais difícil, mas, se você conseguir tomar consciência dos seus pensamentos, só faltará mais um passo.

É preciso uma consciência um pouco maior quando você começa a refletir sobre seus estados de ânimo, suas emoções, seus sentimentos.

Assim que você estiver consciente de todos os três, eles se unirão, formando um só fenômeno. E, quando se tornarem uma coisa só, atuando juntos com perfeição, no mesmo ritmo, você conseguirá sentir a música de todos os três — elas virarão uma orquestra —, fazendo com quesurja um quarto elemento, que não depende da sua vontade; ele surge espontaneamente, é uma dádiva do todo. Uma recompensa para todos que chegam até aqui.

Esse quarto elemento é a consciência definitiva que faz de você uma pessoa desperta. Fica-se consciente da própria consciência — esse é o quarto elemento. Isso é o que faz de alguém um buda, um ser desperto. E é somente com esse despertar que a pessoa vem a saber o que é bem-aventurança.

O corpo conhece o prazer, a mente conhece a felicidade, o coração conhece a alegria, o quarto-elemento conhece a bem-aventurança. A bem-aventurança é o objetivo, e a consciência é o caminho que leva até ela.

Osho, em "Consciência: A Chave Para Viver em Equilíbrio"

A pessoa torna-se o que pensa.

A pessoa torna-se o que pensa. Portanto, as pessoas deveriam cuidar para que seus pensamentos fossem puros e bons. A vida humana é a expressão dos pensamentos da pessoa. Os pensamentos que surgem na mente preenchem a atmosfera com ondas de energia. As ondas de pensamento são muito poderosas. Portanto, nossos pensamentos deveriam ser sublimes e sagrados. Nenhuma idéia má deveria afetar nossos pensamentos. Pensamentos maus conduzem inevitavelmente a ações más. Quando pensamentos cruéis vêm à mente, os homens comportam-se como animais cruéis. Quando, ao contrário, existem pensamentos bons e amorosos em um homem, eles o divinizam e o capacitam para executar atos bons e sagrados. Portanto, o coração de todo homem deveria estar preenchido com amor, compaixão e bondade.

Autor: SATHYA SAI BABA

30 de maio de 2011

Liberdade Espacial - Casa das Máquinas



Album - Lar de Maravilhas (1975)

Sinta a liberdade espacial
Vinda de uma lua astral
Força espiritual

Faça o que sentir
Não deixe o tempo fugir
Da sua mente toca oriental

Nada que for verdade sua
Procure desfazer-se pra sempre
E que os males de sua mente,
tente evitar ou amar

Não se apegue a formas materiais
Não se perca na fumaça, nunca o que é de massa
Vá vivendo nesse curto tempo
Como o passo de um vento
Rumo a lua astral

Faça o que você sentir
Porque nossa missão é viver
Não entre numa em só desistir, deixar de ser apenas você.

Previsível (paródia)


Previsível

Transparece a censura
Em meu jeito de olhar
A falsidade impura
Que tentam disfarçar
Não há quem questione
E ainda vivem a sorrir
Vivem das inverdades
Que tentam encobrir...
Previsível!
É previsível  o que se diz
Previsível!
E ainda fazem bis...(2x)

Será que não percebem
O modo insano de ser
Vítimas do sistema
Sem tempo prá viver
Entre tontas pessoas
Isso é tão natural
Ainda bem que comigo
Não pode ser igual...

Previsível!
É previsível  o que se diz
Previsível!
E ainda fazem bis...(2x)

Não fui eu,
Foi o sistema quem distorceu
E fez este mundo tão vil
Previsível!
É previsível  o que se diz
Previsível!
E ainda fazem bis...(2x)

Nunca ninguém percebe
O que tento dizer

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

Ser Paralelo

Controlar o impulso do controle remoto
Deixar sentir-se, perceber
Olhar de frente, confrontar
Criar, subverter a ordem,
A crença pré-ancestral
Ser inteiro, volúvel, volátil
Pular para fora do jogo
Da memória
E da mesmice coletiva.

Fonte

mesmice Coletiva

Amanda Gurgel: uma verdade virtual



Impressiona-me como uma verdade conhecida por todos pode repercutir assombrosamente por puro interesse publicitário-comercial. É o que ocorre com o fenômeno Amanda Gurgel, uma distinta professora do Rio Grande do Norte, nordestina forte e corajosa, que, revoltada com as agruras de lidar com a educação no Brasil, resolveu dizer na cara das autoridades aquilo que elas já estão cansadas de saber.

Digo que estão cansadas de saber porque, há muito, defendo a tese de que o estado de miséria que vivemos em termos de saúde, educação e segurança pública é situação deliberada pela classe política. Trata-se de um fenômeno cíclico sustentador da profissionalização da política: uma população não educada e desinformada, carente de saúde nas suas mais básicas necessidades e absolutamente entregue ao fenômeno do crime, que elege políticos mal intencionados, que, por sua vez, se encarregam de perpetuar a desestrutura social.

Não se trata de pessimismo desmotivado ou de relegar a revolta da professora ao descrédito. Assino embaixo de todo o discurso da educadora potiguar. Mas a pergunta é: o que há de novidade no discurso de Amanda Gurgel? O que, daquilo que foi brilhantemente esfregado na cara das autoridades, elas ou nós mesmos não sabíamos?

Com um eleitorado desses, qualquer falastrão, seja ele desses palhaços que apresentam programas policialescos, seja um cantador de forró de péssimo gosto, seja um comediante analfabeto, seja um jogador de futebol de carreira falida, para ficar apenas nos folclóricos, assume a missão de conduzir os destinos públicos. Com votos dessa qualidade, fica fácil para os políticos profissionais, capazes de multiplicar seu patrimônio assustadoramente em poucos meses, usarem seu poder, seu dinheiro, suas promessas e suas ameaças para se perpetuarem e manterem tudo "como antes na terra de Abrantes".

O que o discurso de Amanda Gurgel tem de corajoso e de verdadeiro, tem de conhecido. Explodiu nas redes sociais e as emissoras de televisão não perderam a oportunidade de captarem a audiência. A professora emblemática figurou nos principais programas de televisão não pela importância de seu discurso... Ela agiu como um chamariz para novos contratos publicitários, para mais pontos no Ibope. E só!

Não se trata de pessimismo desmotivado ou de relegar a revolta da professora ao descrédito. Assino embaixo de todo o discurso da educadora potiguar. Mas a pergunta é: o que há de novidade no discurso de Amanda Gurgel? O que, daquilo que foi brilhantemente esfregado na cara das autoridades, elas ou nós mesmos não sabíamos? Eu, que estudei boa parte da minha vida em escola pública e perdi ano letivo por greve, conheço tal realidade faz tempo!

Posso estar errado, mas não acredito: Amanda Gurgel é um fenômeno que, em tempos de informação altamente perecível, se desfará sem que seu verdadeiro objetivo se cumpra. Porque antes de Gurgel muitos outros já denunciaram tal descaso, muitos já morreram em protestos, muitos já sofreram com a deliberada ausência de vontade política.

O pior é que, no fundo, todos nós sabemos o quão errado é o sistema que mantém tudo isso. Mas, na hora de agir para mudar, cada um pensa individualmente, não lembrando das mazelas denunciadas por Amanda Gurgel. Presos à ambição pessoal ou, pior, ao ciclo da dependência, cada um pensa em seu emprego, em receber sua promessa, em manter seu privilégio... Ou em agradecer o remédio, a consulta, o óculos, a cesta básica.

Na hora de gritar, comportamo-nos como uma turba, sem objetivo e sem comando, pensando com a boca, fazendo de Gurgel nossa voz, elevada ao Trending Topics do Twitter, a ponto de ela ocupar espaço nobre em rede nacional. Mas, na hora de agir efetivamente, comportamo-nos como umas raposas, pensando com o umbigo, afastando de nós a responsabilidade, ou apenas achando bonito o que disse Amanda Gurgel, mas sem um pingo de coragem para sacrificar absolutamente nada para fazer de seu discurso uma arma de verdade contra essa herança política maldita que, como parasita, faz da sociedade seu agente hospedeiro.

A solução - ou a salvação do Brasil, no dizer da professora - vem, sim, da educação. É a consciência de "Amandas Gurgel", estampada a giz no quadro da sala de aula precária que todos os muitos professores têm de enfrentar, a única arma capaz de alterar essa situação, interrompendo o ciclo. O problema, a meu sentir, é fazer com que a denúncia que hoje todos encampam, virtualmente, seja assumida por cada um, na vida real. É fazer de Amanda Gurgel mais que uma verdade virtual.

Silvio Teles, no O Globo

Sobre o Jornalismo


Jornal é como salsicha: todo mundo acha gostoso, 
mas se as pessoas soubessem como é feito, ninguém mais comia (nem lia).

Exibicionismo

Q: Por que o conhecimento assumiu tamanha importância para nós?
 
UG: Porque lhe dá poder. Como eu disse no início, o conhecimento é poder. Eu sei, você não sabe. Tenho experiência religiosa e você não tem. É tudo exibicionismo.
 
UGK

Consciência Social

Foto de Pedro Eugenio de Castro Muniz, 23/12/2010, no Rio de Janeiro.

É proibido proibir: Marcha da Liberdade



Por Kenarik Boujikian Felippe (*)

     Em maio, São Paulo viveu cenas dignas do período da ditadura civil-militar. Vários manifestantes e jornalistas foram espancados e consumiram gás lacrimogêneo ou de pimenta, porque estavam no ato pela liberdade de expressão, que inicialmente seria a “Marcha da Maconha”, permitida há três anos por juízes de São Paulo, mas vetada pelo Tribunal de Justiça.
     Mas que fique claro que desnecessário pedir ao Judiciário para se manifestar, pois nenhum dos poderes de Estado têm a função de censurar o conteúdo das manifestações sociais, como estabelecido em nossa Constituição, que fixou diversas garantias e direitos, dentre eles a liberdade de reunião, instrumento para concretizar a liberdade de expressão, manifestação, incluindo o direito de protesto.
     A normativa internacional, regional e nacional segue a mesma direção e constou inclusive das observações do Relator Especial sobre a Liberdade de Expressão da CIDH, referindo-se às proibições a atinentes à “Marcha da Maconha” que “marchas de cidadãos pacíficas em áreas públicas são demonstrações protegidas pelo direito à liberdade de expressão”.
     O Estado Democrático de Direito pressupõe o debate aberto e público. Não é possível criar uma sociedade livre, justa e solidária sem o patamar da liberdade de expressão e de reunião, sustentáculos da democracia.
      Impedir o exercício destes direitos significa retirar dos cidadãos o controle sobre os assuntos públicos.
    O direito de reunião, de protestar, é de primeira grandeza, a ser resguardado pelo Poder Judiciário, na medida que este direito é o único que pode fazer valer os demais direitos fundamentais, especialmente destinados aos mais vulneráveis e à diversidade.
    Como defende o constitucionalista argentino Roberto Gargarella, o direito de protesto é o primeiro direito, porque é a base para a preservação dos demais. No núcleo essencial dos direitos, em uma democracia, está o direito de protestar, de criticar o poder público e privado. Não há democracia sem possibilidade de dissentir e de expressar o dissenso.
     Entretanto, o que se tem observado é que o direito de reunião e liberdade de expressão passam a ter como paradigma o direito criminal. Não é o código penal que deve estar à mão, quando se decide sobre estes direitos, pois este tem como ápice a repressão, a criminalização. O paradigma deve ser o constitucional, sempre, pois o norte é o nível de proteção que os direitos fundamentais exigem e que devem ser priorizados.
     O exercício da liberdade de expressão e reunião é imprescindível para tornar visível a cidadania. Ir às ruas e praças, que ressoam um modo de refletir, de ver, de mostrar e compartilhar ideias com os demais cidadãos e com o próprio Estado é gesto que se repete desde a origem da democracia, que não se limita ao sufrágio eleitoral, cujo resultado indica que está circunscrito às maiorias, pois há um déficit visível de representação de interesses dos direitos econômicos e sociais agasalhados pela Constituição.
     A democracia exige o comprometimento dos cidadãos e exercer os direitos mencionados é uma forma de participar dos desígnios do Estado e de suas políticas públicas. Nesta hora não deixa de vir à mente a imagem da faixa estendida em 1979, em pleno jogo, pelos Gaviões da Fiel: “Anistia, ampla, geral e irrestrita”, os comícios dos trabalhadores, o gigantesco ato pelas diretas no Anhangabaú, as marchas das mulheres e tantas mais, maiores e menores.
     Não precisa pedir para Justiça para se manifestar.
     Desdenhar a liberdade de expressão e reunião é asfixiar e por fim matar a democracia, que não terá como subsistir com golpe de cassetes e outros golpes.
     Então, Marcha pela liberdade: presente.
________________________________

(*) Kenarik Boujikian Felippe, juíza de direito em São Paulo, secretaria da Associação Juízes para a Democracia. Artigo publicado originalmente no site “Vi O Mundo”, de Luiz Carlos Azenha.

Fonte:  Revista Consciência.Net em 27/05/2011



Nada é impossível de mudar


Nada é impossível de mudar 
Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. 

E examinai, sobretudo, o que parece habitual. 

Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar.

***

Aos que vão nascer
Que tempos são esses,
em que falar de árvores é quase um crime
pois implica silenciar sobre tantas
barbaridades?

***

Nós vos pedimos com insistência
não digam nunca: 
isso é natural! 
diante dos acontecimentos de cada dia 
numa época em que reina a confusão 
em que corre o sangue 
em que o arbítrio tem força de lei 
em que a humanidade se desumaniza 
não digam nunca: 
isso é natural! 
para que nada possa ser imutável!



***

Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar. É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contentes querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence.


Bertolt Brecht, Teatrólogo e poeta alemão.

Momentos de Silêncio e Solidão

"Não há música em uma pausa, porém a pausa entra na composição da música. E as pessoas estão sempre omitindo essa parte da melodia da vida".

John Ruskin, escritor

Megalomania

Q: De onde vem esse impulso básico para assumir o domínio sobre si mesmo e do mundo?
UG: Sua origem foi na idéia religiosa de que o homem está no centro do universo. Por exemplo, os judeus e os cristãos acreditam que tudo foi criado para o benefício do homem. É por isso que o homem não é mais uma parte da natureza. Ele tem poluído, destruído, e está matando tudo, tudo por conta do seu desejo de ser o centro do universo, de toda a criação.
Uppaluri Gopala Krishnamurti 

29 de maio de 2011

A Sociedade e Você

Somente quando você estiver LIVRE daquilo que cada homem e cada mulher pensou e sentiu antes de você - você se tornará um indivíduo. Tal indivíduo não vai sair por aí tentando destruir tudo o que pertence à sociedade. Ele não está em conflito com a sociedade. Ele nunca iria derrubar os templos, as instituições ou queimar os livros que os homens fizeram com tanto cuidado. Ele não é um rebelde. Todo o conhecimento acumulado, experiência e sofrimento da humanidade está dentro de você. Você deve construir uma enorme fogueira dentro de você. Então você vai se tornar um indivíduo. Não há outra maneira. A sociedade é construída sobre uma base de conflito, e você é a sociedade. Portanto, você deve sempre estar em conflito com a sociedade. O indivíduo real, aquele que está livre da tradição e do conhecimento acumulado da humanidade, é necessariamente uma ameaça à sociedade. Society, da qual você faz parte, não pode ser diferente do que é. Então pare de tentar salvá-la ou alterá-la. Você não pode nem mesmo mudar a sua sogra.
UGK 

Sobre pensamentos

É necessário vigiar os pensamentos, porque eles formam a base para as ações. Quando os desejos são realizados, a pessoa fica contente. Quando eles não se realizam, isso resulta em decepção. Mas ninguém investiga as causas para tais sentimentos divergentes. Os fracassos são o resultado dos próprios defeitos. Quando o coração é puro, as ações automaticamente produzirão resultados benéficos. Nossos pensamentos são a causa do êxito ou do fracasso de nossos esforços. Portanto, a pessoa deve utilizar os pensamentos de uma forma adequada. Quando os pensamentos são sublimes, os resultados alcançados também são sublimes.

Autor: SATHYA SAI BABA

28 de maio de 2011

De homens e ratos

O estado desperto é o caminho para a vida.

O tolo dorme como se já estivesse morto,

mas o mestre está desperto e vive para sempre.

Ele está atento. Está lúcido.
Como ele é feliz! Pois vê que o estado desperto é vida.
Como ele é feliz, seguindo o caminho dos que despertaram.
Com grande perseverança ele medita, em busca de liberdade e felicidade.


— extraído de Dhammapada, de Gautama, o Buda

Continuamos a viver totalmente alheios ao que está acontecendo à nossa volta. Admito que passamos a ser muito eficientes em algumas coisas. Com respeito às coisas que fazemos, passamos a demonstrar tamanha eficiência que não precisamos mais prestar atenção nelas. A coisa ficou mecânica, automática; vivemos como robôs. Não somos homens ainda, somos máquinas.

Era isso que George Gurdjieff costumava dizer muitas e muitas vezes: o homem, da forma que existe, é uma máquina. Gurdjieff ofendeu muitas pessoas, porque ninguém gosta de ser chamado de máquina.

As máquinas gostam de ser chamadas de deuses; aí ficam contentes, cheias de si. Gurdjieff costumava chamar as pessoas de máquinas e ele estava certo. Se prestar atenção em você mesmo, vai perceber o quanto se comporta mecanicamente.

O psicólogo russo Pavlov e o psicólogo norte-americano Skinner estão 99,9% certos com respeito ao homem: eles acham que o homem é uma belíssima máquina e ponto final. Não existe nenhuma alma nele.

Eu disse que eles estão 99.9% certos; só deixam de estar completamente certos por uma margem muito pequena. Essa margem pequena são os budas, os que já despertaram. Mas os psicólogos estão perdoados, afinal Pavlov nunca cruzou com nenhum buda — cruzou, isto sim, com milhões de pessoas como você. 

Skinner estudava os homens e os ratos e não achou nenhuma diferença entre eles. Os ratos são seres simples, só isso; o homem é ligeiramente mais complicado. O homem é uma máquina extremamente sofisticada, os ratos são máquinas simples. É mais fácil estudar os ratos; é por isso que os psicólogos continuam estudando os ratos.


Estudam os ratos e chegam a conclusões a respeito dos homens — e as conclusões a que chegam estão quase certas. Eu disse "quase", repare, pois a décima parte de 1% é o fenômeno mais importante que já aconteceu. Buda, Jesus, Maomé — essas poucas pessoas despertas são o verdadeiro homem.


Mas onde Skinner vai encontrar um buda? Com certeza, não nos Estados Unidos...
Eu ouvi um homem perguntar a um rabino: — Por que Jesus não preferiu nascer no século XX, nos Estados Unidos?
O rabino deu de ombros e disse: — Nos Estados Unidos? Seria impossível. Onde ele acharia uma virgem, para começar? Depois, onde ele encontraria três homens sábios?

Onde B. F. Skinner iria encontrar um buda? E mesmo que ele encontrasse, seus preconceitos, suas ideias preconcebidas não deixariam que ele o enxergasse. Skinner continuaria enxergando só os seus ratos. Não conseguiria entender nada que os ratos não soubessem fazer. No entanto, ratos não meditam, não se tornam iluminados.


E, segundo o conceito de Skinner, o homem é só uma forma ampliada de rato. Ainda assim repito que ele está certo com respeito à grande maioria das pessoas; suas conclusões não estão erradas, e os budas concordariam com ele no que diz respeito à chamada humanidade normal.


A humanidade normal está profundamente adormecida. Nem os animais estão tão adormecidos.

Osho, em "Consciência: A Chave Para Viver em Equilíbrio"

Sobre Deus

Falar de Deus, sem se experimentar, sem se ter uma mente de todo livre, e, portanto, aberta para o desconhecido, é coisa de mui pouca valia; é o mesmo que pessoas adultas se entreterem com brinquedos; e quando nos entretemos com brinquedos e chamamos a isso religião, estamos criando mais confusão, causando mais sofrimento. E só ao compreendermos todo o processo do pensar e dele nos libertarmos, pode a mente estar tranqüila; só então se manifesta o Eterno.

Autor: Krishnamurti - A mente e o medo

27 de maio de 2011

Passado e Futuro

O passado é tudo o que está em operação dentro de você. É o passado que projeta esses objetivos - Deus, a iluminação, a paz de espírito, seja o que for - e os coloca no futuro, fora do alcance. Então a felicidade é sempre no futuro, amanhã. Um homem feliz não está interessado em buscar a felicidade. Um homem bem alimentado não está em busca de alimento.
UGK 

O verdadeiro artista quer o novo



O Grande Vírus

Deserto deserto

Sedento, vivo o deserto de pessoas desertas de crenças; as que se apresentam são miragens que se desfazem em poucos encontros. Falsas promessas de água não estagnada, línguas de mentes peçonhentas.

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

Questões e Respostas

Existe a necessidade real de estar livre de respostas. A pesquisa é inválida porque ela é baseada em questões que por sua vez são baseadas em falsos conhecimentos. Seu conhecimento não lhe libertou de seus problemas. Seu dilema é que você está procurando respostas para perguntas que você já sabe a resposta. Isso está lhe deixando neurótico. Se as perguntas que foram efectivamente resolvidas, ela, a questão, iria explodir. Porque todas as questões são apenas variações sobre o mesmo assunto, a aniquilação de uma delas seria a aniquilação de todas. Assim, a liberdade existe não em encontrar respostas, mas na dissolução de todas as perguntas. 
 
UGK

Questões Fundamentais

No que tenho colocado toda minha seriedade, atenção e energia?
Que tipo de nostalgia me assalta constantemente?
Para onde aponta meu atual modo de vida?
No que tenho procurado me aprofundar?
O que é realmente importante para mim?
O que me dá maior contentamento?
Qual a prioridade da minha vida?
Onde está minha firmeza?
Qual minha maior meta?
Que assunto me eleva?

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

O conflito entre Razão e Fé no Mundo Moderno

Palestra de Sam Harris, na conferência de Aspen de 2007.







Sam Harris (1967) é um escritor, filósofo, e neurocientista estadunidense. É o autor de O Fim da Fé (2004) (no português brasileiro, "A Morte da Fé"), laureado com o prêmio PEN/Martha Albrand em 2005,[1] e de Carta a Uma Nação Cristã (2006), uma resposta elaborada às críticas que o livro anterior recebeu. Em 2009, ele completou o seu doutorado em neurociência na Universidade da Califórnia em Los Angeles

É mole?





Exploração interior

Há outro tipo de exploração além de atravessar desertos, penetrar selvas, galgar montanhas e cruzar continentes. É a que procura o interior misterioso da mente humana, escala os alcances mais elevados da consciência humana e depois volta para relatar rotas e descobertas, para descrever as metas para os outros, de modo que eles também, se quiserem, possam encontrar seu caminho.

Autor: PAUL BRUNTON

26 de maio de 2011

Como podemos trazer uma boa sociedade?

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No presente está a totalidade do tempo

Krishnamurti em San Diego, 1974 - Washington Talks - Duração: 1:32

No fim do sofrimento está a paixão

Áudio de Palestra com Krishnamurti

The O repositório oficial dos autênticos ensinamentos de Krishnamurti

Conhecimento e Conflito nas Relações Humanas

Q: Que lugar tem o conhecimento no relacionamento?

Deve-se estar livre do conhecido caso contrário o conhecido é meramente a repetição do passado, a tradição, a imagem. O observador é tradição, o passado, a mente condicionada que olha as coisas em si mesma, no mundo. Quando o observador observa ele o faz, portanto, com memórias, experiência, mágoas, desesperos, esperanças com todo o fundo do conhecimento. Sempre que ele opera com esse conhecimento nas relações humanas há divisão e, portanto, conflito.

Palestra com krishnamurti

Morte... talvez, aquilo o que chamamos de Deus

Quando a morte chega, ela não lhe pede permissão; ela vem e leva você; ela o destrói no local. Do mesmo modo, será que você consegue abandonar o ódio, a inveja, o orgulho das posses, o apego a crenças, a opiniões, a ideias, a determinado modo de pensar? Será que você consegue abandonar isso tudo num instante? Não existe um “como abandonar isso”, pois isso seria apenas outra forma de continuidade. Abandonar opiniões, crenças, avidez ou inveja, é morrer – morrer todos os dias, todos os momentos. Se houver o findar de toda ambição, de momento a momento, então você conhecerá o extraordinário estado de ser nada, de chegar ao abismo de um movimento eterno, por assim dizer, e cair borda abaixo – que é a morte.

Quero saber tudo sobre a morte, porque a morte pode ser a realidade; ela pode ser o que chamamos Deus – aquele algo extraordinário que vive e se move e, não obstante, não tem começo nem fim.

Krishnamurti - The Collected Works vol XI, p 242

Deus

"O ideal maior, o mais imponente, perfeito e poderoso, é, naturalmente, Deus. É uma invenção de mentes com medo. A mente humana tem muitas invenções destrutivas. O mais destrutivo, e aquele que tem corrompido você, é a invenção de Deus. A história do pensamento humano produziu santos, mestres, gurus, Bhagavans, mas Deus é o mais corrupto de todos eles. O homem já estragou a sua vida, e a religião tornou-a pior. É a religião que realmente fez uma bagunça na vida do homem."
Uppaluri Gopala Krishnamurti 

De onde vêm as boas idéias?

"O acaso favorece a mente conectada"



Filme: AMEN.


Informações Técnicas
Título no Brasil: Amém
Título Original: Amen.
País de Origem: França / Alemanha / Romênia / EUA
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 132 minutos
Ano de Lançamento: 2002
Estúdio/Distrib.: Casablanca Filmes
Direção: Costa-Gavras

Durante a 2ª Guerra Mundial, um oficial da SS, desenvolve um produto para tornar mais eficiente a limpeza de tanques. Seu produto, porém, é utilizado para matar os judeus nos campos de concentração. Horrorizado, ele procura o jovem padre Ricardo Fontana que, sendo de família influente, poderia solicitar a interferência do Papa Pio XII para impedir o genocídio dos judeus. Nessa trama se desenrola toda a saga desses dois jovens, um movido pela culpa outro pela consciência e toda a intensa luta para salvar milhões de judeus. Ao mesmo tempo a situação cria a polêmica que persegue a igreja católica até hoje: 

Qual o seu papel na 2ª Guerra ou como é possível ser cristão e nazista?

Amém é considerado por muitos como um filme mais polêmico do que a "Paixão de Cristo" de Mel Gibson. O simples cartaz do filme na França provocou protestos e processos na justiça por católicos fervorosos e apesar disso e de ser um filme falado em inglês, ganhou na França o Cesar (Oscar francês) de melhor roteiro.

Dirigido pelo vencedor do Oscar®, Costa-Gravas (Missing - Desaparecido, Um Grande Mistério), Amém é um filme intenso, provocante, histórico e que discute corajosamente a relação polêmica entre o Vaticano e o III Reich.

Ao Fim De Tudo


Ao Fim De Tudo
Cidadão Quem
Composição: Duca Leindecker

Minhas lágrimas não caem mais,
Eu já me transformei em pó
E os meus gritos não se escutam mais
Estão na direção do Sol
Meu futuro não me assusta ou faz
Correr pra desprender o nó
Que me amarra a garganta e traz
O vazio de viver só...
Se alguém encontrou um sentido para a vida, chorou
Por aumentar a perda que se tem ao fim de tudo transformando o silencio que até então é mudo
Naquela canção,
que parece encontrar a razão
Mas que ao final se cala frente ao tempo que não para frente a nossa lucidez.
(refrão)

Verdadeira Revolução

A crise atual é a maior de nossa vida, apesar das enormes mudanças que se estão verificando no mundo da ciência, da matemática, etc. Tecnicamente observa-se uma extraordinária mudança, ao passo que na psique do ente humano tem havido muito pouca alteração. A crise não é conseqüência do progresso técnico, porém, antes, de nossa maneira de pensar, de viver, de sentir. Aí que é se faz necessária a revolução. Essa revolução não pode realizar-se de acordo com um dado padrão, porque, psicologicamente, nenhuma revolução é possível pela mera imitação de uma dada ideologia. Para mim, todas as ideologias são absurdas sem nenhuma significação. O que tem significação é o que é, e não o que deveria ser.

Krishnamurti - A importância da Transformação

25 de maio de 2011

O homem vive inconscientemente

O homem vive inconscientemente. Ele vive fazendo muitas coisas porque os outros também fazem, vive seguindo e imitando. Não sabe muito bem por que faz essas coisas, nem sequer sabe quem ele é.

O que mais você pode esperar quando um homem não sabe quem é, de onde vem, para onde vai, e por quê?

Essas são as perguntas básicas que podem ser respondidas somente por meio da meditação. Nenhuma filosofia pode ajudar você a respondê-las. Ela pode lhe oferecer muitas respostas, mas todas serão hipotéticas. Se você ponderar sobre elas, encontrará muitas falhas.

A meditação é existencial, não filosófica. Ela o ajuda a se tornar tão ciente que você acaba se encontrando.

A verdade é uma revelação, não uma conclusão de pensamento — é uma revelação na meditação, não uma conclusão por meio da meditação.

Osho, em "Meditações Para a Noite"

O ser criativo

O ser criativo não se limita a artistas, e sim uma importante qualidade que todo mundo deveria despertar dentro de si mesmo. A forma mais importante de criatividade é a auto criação; o renovar e redimir a si mesmo, transcendendo o ego. E o processo de converter todas as nossas experiências, boas ou más, em algo maior, para o nosso crescimento como indivíduos.

William Jones

Eu sou diferente

Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais.

Bob Marley

O que você está fazendo aqui?

"Sim. Esta é uma questão que mais cedo ou mais tarde vai aparecer para todo mundo. O que você está fazendo aqui? A questão surge porque a minha ênfase não está no fazer. Eu estou lhe ensinando não-fazer. A questão é relevante. Se eu estivesse lhe ensinando alguma coisa para ser feita, a questão não iria surgir, porque você estaria ocupado. Se você for a alguma outra pessoa - existem mil e um ashrams no mundo onde eles ensinam a fazer alguma coisa. Eles não o deixam desocupado porque eles pensam que uma mente desocupada é oficina do diabo. Meu entendimento é totalmente, diametralmente oposto. Quando você está absolutamente vazio, Deus preenche você; somente quando você está não-ocupado, você é. Enquanto você está fazendo alguma coisa, isto é apenas na periferia. Todos os atos estão na periferia; todos, sejam eles bons ou maus. Sendo um pecador, você está na periferia; sendo um santo, você está periferia. Para fazer o mal, você tem que sair de si e para fazer o bem, você também tem que sair de si.

O fazer é do lado de fora; o não-fazer é do lado de dentro. O não-fazer é o seu ser privado, o fazer é o seu ser público. Eu não estou lhe ensinando que se torne santo. Se assim fosse, seria muito fácil: não faça isto, faça aquilo; simplesmente mude a periferia, mude os seus atos. Eu estou tentando uma coisa totalmente diferente: uma mutação. Não é uma mudança de uma parte da periferia em outra parte da periferia, mas uma transmutação da periferia para o centro. O centro está vazio, ele é absolutamente vazio. Ali, você é. Ali é ser, não-fazer.

Algumas vezes isto vai acontecer: sentado diante de mim, você vai se perguntar o que está fazendo aqui. Nada. Você nada está fazendo aqui. Você está aprendendo como estar simplesmente, não como fazer; como não fazer coisa alguma: não ação, não movimento... como se tudo parasse, o tempo parasse. E em tal momento sem movimento, você está em sintonia com o presente, você está em sintonia com Deus.

Ações se tornam parte do passado. Ações podem estar no futuro e podem estar no passado. Deus está sempre no presente. Deus não tem passado nem futuro. E Deus não fez coisa alguma. Quando pensa que ele criou o mundo, você está criando a imagem dele de acordo consigo mesmo. Você não consegue permanecer sem fazer alguma coisa, logo fica impaciente, incomodado. Assim você tem que conceber Deus também como um criador. E não apenas como um criador... os cristãos dizem que em seis dias ele criou e que no sétimo dia, no domingo, ele descansou. A bíblia diz que Deus criou o homem à sua própria imagem. Parece que o inverso é o caso: o homem criou Deus à sua própria imagem. Como você não consegue permanecer sem ocupação, você pensa: o que Deus faria se ele não estivesse criando o mundo? E porque você fica cansado quando faz as coisas, você pensa que Deus também deve ter ficado cansado depois dos seis dias, então, no sétimo dia, ele descansou. Isto é simplesmente antropomorfismo. Você está pensando a respeito de Deus exatamente como você pensaria a respeito de si mesmo. Não, Deus não criou o mundo; o mundo surge a partir da sua não-atividade, o mundo surge a partir do seu não-fazer. O mundo é um florescimento de Deus, assim como acontece com uma árvore.

Você acha que uma árvore está criando as flores? Você acha que ela está se esforçando muito, fazendo exercícios, planejando, consultando os especialistas? A árvore não está fazendo coisa alguma. A árvore simplesmente está ali, absolutamente sem ocupação. Em tal estado de não-ocupação, as flores desabrocham naturalmente. E lembre-se, se algum dia as árvores tornarem-se tolas, tão tolas quanto os homens, e começarem a tentar provocar o aparecimento das flores, então as flores deixarão de aparecer. Elas deixarão de aparecer porque elas só aparecem sem esforço. Observe uma flor. Você consegue ver algum esforço nela? O próprio ser de uma flor é sem esforço, ela simplesmente se abre. Mas não conseguimos conceber isto. As aves cantando pela manhã... Você acha que elas foram ao Ravi Shankar para aprender? Você acha que elas estão fazendo alguma coisa de manhã, quando elas começam a cantar? Não, nada disso. O sol nasce e a canção surge do nada. O maior milagre do mundo é que Deus criou sem ter feito coisa alguma. É do nada.

Eu estava lendo a respeito da vida de Wagner, o grande músico e compositor alemão. Alguém lhe perguntou, 'Você pode dizer alguma coisa sobre o segredo do porquê e como você criou tantas músicas belas?'

Wagner disse, 'Porque eu estava infeliz. Se eu estivesse feliz, eu não teria escrito uma simples nota. Pessoas que estão infelizes têm que preencher suas vidas com imaginação porque na realidade delas está faltando algo.' E ele está certo em muitos aspectos. Pessoas que nunca amaram, escrevem poesias sobre o amor. É um substituto. Se o amor realmente tiver acontecido em sua vida, quem vai se importar em escrever poesia a respeito? A pessoa teria sido a própria poesia, não haveria qualquer necessidade de escrever a respeito.

Wagner disse, 'Poetas escrevem sobre o amor porque eles perderam o amor.” E então ele fez uma afirmação que é tremendamente significante. Ele disse, “Eu acho que Deus criou o mundo porque ele estava infeliz.' Uma grande sacada. Mas a sacada é relevante para o homem, não para Deus. Se você me perguntar se Deus criou o mundo... Em primeiro lugar ele não é um ‘criador’, mas ‘uma criatividade’... ainda que usemos essa velha expressão, Deus criou o mundo não porque estava infeliz, e sim porque estava tão feliz que a criação foi um transbordamento, pois ele tinha felicidade demais.

A árvore está florindo lá no jardim, não porque ela esteja infeliz. A flor surge apenas quando a árvore tem muito para compartilhar e não sabe o que fazer com esse muito. A flor é um transbordamento. Quando a árvore não está bem alimentada, não está bem aguada, não recebeu a quantidade certa de raios solares, de cuidados e amor, ela não floresce, porque o florescimento é um esplendor. Ela só acontece quando você dispõe de muito, mais do que necessita. Sempre que você dispõe de muito, o que você faz? Aquilo se torna um peso, uma sobrecarga; aquilo tem que ser liberado. A árvore explode e floresce, ela chega ao seu momento de esplendor.

O mundo é o esplendor de Deus, um florescimento. Ele tem tanto... O que fazer com isso? Ele compartilha, ele coloca para fora, ele começa a expandir-se, ele começa a criar. Mas lembre-se sempre, ele não é um criador como um pintor que pinta. O pintor está separado da pintura. Se o pintor morrer, a pintura ainda viverá. Deus é um criador como um dançarino: a dança e o dançarino são um. Se o dançarino pára, a dança pára.

Você não consegue separar a dança do dançarino, você não pode dizer ao dançarino, 'Dê a sua dança para mim, eu vou levá-la para casa. Eu quero comprá-la.' A dança não pode ser vendida. Ela é uma das coisas mais espirituais do mundo porque ela não pode ser vendida. Você não pode carregá-la, você não pode fazer dela uma mercadoria. Quando o dançarino está dançando, ela está ali; quando o dançarino pára, ela desaparece como se nunca tivesse existido.

Deus é criatividade. Não que ele tenha criado em algum lugar no passado e depois parado e descansado. Senão, o que ele tem feito desde então? Não, ele está continuamente criando. Deus não é um evento, ele é um processo. Não que ele tenha criado uma vez e depois parado. Senão o mundo estaria morto. Ele está criando continuamente, assim como os pássaros estão cantando, as árvores estão florescendo e as nuvens estão se movendo no céu. Ele está criando... e não necessita de descanso algum porque a criatividade não é um ato; ele não pode estar cansado. É a partir do seu nada que ele cria.

Isto é o que significa no Oriente quando dizemos que Deus é vazio. Apenas o nada pode ser infinito; 'alguma coisa' sempre é finita. Somente a partir do nada é possível uma infinita extensão da vida e da existência; não a partir de “alguma coisa”. Deus não é ‘alguém', ele é ninguém. Deus não é 'alguma coisa', ele é nada. Ele é um vazio criativo, ele é aquilo a que Buda chamava shunya. Ele é um vazio criativo. O que eu estou lhe ensinando? Eu estou lhe ensinando o mesmo: a tornar-se um vazio criativo, um não-fazedor, deliciando-se em apenas ser.

É por isso que a questão mais cedo ou mais tarde vai aparecer para a mente de todos. Você disse: 'Algumas vezes eu me pergunto, o que eu estou fazendo aqui.' Você perguntou corretamente, e aqui você nada está fazendo. A sua mente pode fornecer respostas, mas não as escute. Ouça a minha resposta. Você nada está fazendo aqui; eu não estou lhe ensinando a fazer coisa alguma. A sua mente pode dizer que você está aprendendo meditação: você está fazendo meditação, yoga, isso, aquilo, ou você está tentando alcançar a iluminação, satori, samadhi; todas essas tolices.

Isso é o que a sua mente está lhe dizendo, porque a mente está sempre almejando alcançar algo, ela não consegue permanecer sem atividade. Ela continua criando uma ou outra atividade. Ganhar dinheiro; e se você já conseguiu isso, então ganhar meditação; sempre conseguir ganhar. Alcançar alguma coisa, fazer alguma coisa.

Você fica com medo quando você não está fazendo coisa alguma, porque então, de repente, você se vê face-a-face com o vazio criativo. Esta é a face de Deus: quando você está no caos, caindo no abismo infinito e não consegue ver o fundo. Não existe fundo algum.

Sentado diante de mim, o que você está fazendo? Apenas sentado. Este é o significado do zazen. No Zen eles chamam meditação de ‘zazen’. Zazen significa apenas sentar, nada fazer. Se você conseguir simplesmente sentar-se perto de mim, isto é o suficiente, mais do que suficiente; nada mais é preciso. Se você conseguir simplesmente sentar-se sem fazer coisa alguma, nem mesmo montar um pensamento, nem mesmo pensar ou sonhar. Se você conseguir simplesmente sentar-se perto de mim, isso será o suficiente. Você diz: 'De repente, você é demais para mim.' Sim, se você simplesmente sentar-se, eu serei demais, porque de repente eu estarei fluindo dentro de você. Se você simplesmente sentar-se, imediatamente tornar-se-á consciente da luz e do amor. E então você diz, 'eu fico querendo deixá-lo', porque você tem medo do amor e da luz.

Você tornou-se um habitante da escuridão. Você viveu tanto tempo na escuridão que os seus olhos estão com medo. Não interessa o que você diga – que você gostaria de viver na luz – os seus hábitos profundamente enraizados encolhem-se e dizem: 'onde você está indo?'. Você fez um grande investimento na escuridão. Todo o seu conhecimento está relacionado à escuridão. Na luz você será absolutamente ignorante. Toda a sua sabedoria e experiência estão baseadas na escuridão. Na luz você estará nu, despido. Tudo o que você sabe pertence à escuridão; na luz você verá a si mesmo como um bebê inocente, uma criancinha que nada sabe.

Você tem vivido na escravidão e agora você tem medo de ser livre. Você continua falando sobre liberdade e moksha – a liberdade absoluta – mas se você observar a si mesmo, irá saber que sempre que a liberdade chega no seu caminho, você escapa. Você tornou-se medroso. Talvez você fale sobre liberdade apenas para enganar a si próprio, talvez isto seja um substituto, o substituto do qual Wagner estava falando. Você está na escravidão e nunca conheceu a liberdade. Você fala sobre a liberdade, canta canções de liberdade, e através dessas canções, você tem a satisfação de um vigário, como se você tivesse se tornado livre. Isto é 'como se fosse' uma liberdade. Mas comigo, isto não vai ser 'como se fosse', isto vai ser uma realidade. Você ficou com medo da realidade.

Você continua pedindo por amor, mas quando ele vem, você escapa porque o amor é perigoso. Um dos maiores perigos na vida é o amor. A mente pode se acomodar com o casamento, mas não com o amor. A mente sempre quer a lei, não o amor. A mente sempre ama a ordem, não o caos que é o amor. A mente quer permanecer na segurança, e o amor é a maior insegurança pela qual você pode cruzar na vida. Sempre que o amor chega você treme de medo nas bases, porque se permitir que o amor entre em você, ele destruirá a sua mente. A mente diz: 'Escape! Escape imediatamente!' A mente está tentando salvar a si mesma.

Você tem vivido profundamente em contato com a mente e tornou-se muito apegado a ela. Você acha que tudo o que a mente diz é certo; você acha que tudo o que é seguro para a mente é seguro para você. Existe todo um mal-entendido. A morte da mente será vida para você, e a vida da mente nada mais é que a morte para você. A identificação tem que ser quebrada. Você tem que ficar consciente de que você não é a mente. Somente então você poderá estar junto a mim, somente então o esforço para ir embora e escapar se dissolverá. De outra maneira, você pode encontrar razões para partir, mas tais razões serão todas falsas. A verdadeira razão será esta: que você não é capaz de permitir que a luz entre, que o amor entre e destrua a sua mente, o seu ego e lhe traga um renascimento."

OSHO
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